ABSTRACT
Objetivo: O estudo objetivou identificar as percepções de adolescentes moradores de uma área rural, vinculados a uma Unidade de Saúde da Família, com dificuldades relacionadas à saúde mental, sobre suas relações com familiares e amigos, escola, situações de estresse e apoio que vivenciam, bem como em relação à região onde residem, e compará-las com as percepções de adolescentes, também moradores de áreas rurais, que não apresentam dificuldades relacionadas à saúde mental. Método: Foram participantes dez adolescentes moradores de uma área rural de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, divididos em dois grupos, A e B, respectivamente, com e sem dificuldades relacionadas à saúde mental. Os dados foram coletados a partir de um questionário de identificação e de um roteiro de entrevista semiestruturado, e analisados pela técnica de análise de conteúdo. Resultados: Os resultados indicaram que, na visão dos participantes, a família é apontada como a principal fonte de apoio, sendo que, no grupo de adolescentes com dificuldades relacionadas à saúde mental, ela é indicada também como importante fonte de estresse. A escola é vista como um espaço de socialização para os adolescentes. Sobre o contexto de moradia, as percepções são predominantemente positivas, sendo que um dos aspectos negativos se refere à falta de opções de lazer. Conclusão: Foi possível observar poucas diferenças na percepção dos dois grupos a respeito das questões abordadas. O contexto de moradia, embora seja apontado como restrito, parece garantir o pertencimento a grupos e ambientes, o que pode ter um papel protetivo no enfrentamento do sofrimento psíquico.
Objective: This study aimed to identify the perceptions of adolescents residents in a rural area, linked to a Family Health Unit due mental health challenges, about their relationships with family and friends, school, situations of stress and support experience, as well about the region where they live, and compare them with the perceptions of adolescents also residents in a rural area who don't have mental health challenges. Method: The study included 10 adolescents residents in a rural area of a city in São Paulo state, divided in two groups, A e B (with and without mental health challenges). Data were collected from questionnaire identification and a semi-structured interview and analyzed using analysis of contents. Results: The results indicated that, in view of the participants, the family is considered the main source of support, and in the group of adolescents with mental health challenges it is indicated also as an important source of stress. The school is seen, generally, as a socialization space for teens. About neighborhood context, perceptions are predominantly positive, and one of the reported negative aspects refers to the lack of leisure facilities. Conclusion: We observed few differences in the perception of both groups on the issues addressed. The neighborhood context, although it is appointed as restricted in terms of activities possibilities, seems to guarantee membership in groups and environments, which may have a protective role in coping with psychological suffering.